Por Orivaldo Santos
Cada vez que publico essa foto, ou quando a coloco em minhas apresentações, alguém sempre me pergunta qual o motivo de manter o uso da mesma foto? Na verdade, ela tem um significado muito importante em minha trajetória pessoal e profissional. O local se chama Melindro, fica próximo ao Baú, distrito de Estrela do Indaiá, MG. Este imóvel que você vê na foto é uma escola. Hoje o prédio é mais moderno, no meu tempo havia uma casa modesta, com uma única classe de aula. Foi neste lugar, ao lado dessa estrada empoeirada, que iniciei o que posso chamar hoje de carreira profissional. Por meus pais desejarem um futuro melhor para seus filhos, fui matriculado nessa escola e iniciei o aprendizado escolar com uma professora que foi fundamental nessa caminhada, e me ensinou os primeiros passos, seu nome é #Nilda Carneiro, até hoje ainda conversamos sobre aquele tempo, e sinto muito orgulho dos seus ensinamentos. Nessa caminhada escolar passaram muitos mestres, até iniciar a chamada trajetória profissional, a primeira carteira assinada, isso começou aos 13 anos, isso mesmo, aos 13 anos, e tive o primeiro registro profissional aos 16 anos. Eu comecei a trabalhar bem mais cedo com meus pais na lavoura.
O que tenho percebido é que ao longo do tempo e com as atribulações da vida, por vezes esquecemos de agradecer aos que contribuem para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Pessoas que nos dão a mão para o próximo passo. Talvez você ainda não tenha entendido como é importante compreender e desenvolver o sentimento de gratidão, uma das grandes sabedorias que o ser humano deve levar consigo. Na minha visão, quem tem gratidão por aquilo que recebeu, será capaz de retribuir essa gratidão fazendo o bem a outras pessoas. Quando faço algo por alguém, é comum me perguntarem, o que posso fazer para lhe agradecer, e eu lhes digo, faça por alguém o mesmo que fiz por ti, e você já terá me agradecido.
A jornalista Mariana Machado, escritora do livro “Diário da gratidão” em uma entrevista à rádio Bandeirantes, disse que pessoas felizes nas organizações em que trabalham, tem uma produtividade entre 12% e 15% superior aos que não se sentem felizes. Pessoas felizes são mais capazes de desenvolver e manter o sentimento de gratidão. O assunto felicidade no trabalho está sendo levado tão a sério por algumas organizações, que já encontramos diretoria para cuidar da felicidade de seus profissionais, acredite, é isso mesmo.
Pare para pensar, se todos os profissionais felizes produzem entre 12% e 15% a mais que os nãos felizes, coloque o cenário de 500 profissionais felizes em sua organização, competindo com uma organização com o mesmo número de profissionais, e onde eles não tem o mesmo grau de felicidade que na sua organização. Qual será a vantagem competitiva em produção e desenvolvimento da sua organização em relação à outra?
Quando falamos em felicidade e gratidão, pensamos em nossa trajetória, seja ela de 10 anos ou de 30 anos, não importa o tempo, mas sim, o que nos faz diferentes. Ao longo da nossa jornada encontramos pessoas que merecem a nossa gratidão e o reconhecimento dos seus feitos para conosco. No início da minha carreira profissional em São Paulo, encontrei um líder que gastou tempo e energia para me ensinar os primeiros passos no quesito profissionalização. Seu nome é Sergio Furlam, ele foi fundamental e fez a diferença no meu aprendizado. Tive muitos líderes de primeira linha em minha caminhada, no trabalho e fora dele, pessoas inspiradoras, que amam quilo que faz. Quem ama o que faz, faz melhor, e é mais feliz na vida profissional e pessoal.
Posso mencionar aqui uma escola de Inglês em São Paulo com o nome de “English Excellence”, nessa escola existe uma profissional que na minha opinião é uma das maiores, e mais dedicadas profissionais na formação de pessoas em língua estrangeira, tamanho o amor que dedica ao que faz, seu nome é: #WeruskaAbadié São pessoas assim que nos motivam e inspiram a olhar e buscar o novo, especialmente compreender que não são os problemas e dificuldades que nos matam, mas a forma como os enfrentamos. Se você tiver o prazer de conhecer essa profissional, tenho certeza, irá concordar comigo.
Nas organizações que trabalhei, sempre carreguei o sentimento de gratidão por ter recebido a oportunidade de estar lá, e poder aprender e me desenvolver.
Gratidão na partida, esse é o momento que o sentimento aflora, e por vezes misturamos as coisas. Acredite, quando você deixa uma organização pode ser a oportunidade de passar seus conhecimentos a outros, e, também agregar em sua carreira novos conhecimentos por onde você passar. As mudanças nos tornam mais fortes para os momentos de transição, quem enfrenta desafios, superará momentos difíceis de forma menos dolorosa se comparado com aqueles que estiveram em um mundo de conforto, calmaria e sem inovações que possam mexer com sua pseudo segurança. Da mesma forma que tenho recebido muitos ensinamentos, eu também tenho procurado compartilhá-los.
Quando deixei uma multinacional e fui para uma organização nacional, muitos me perguntavam se eu não deveria que deveria aguardar um pouco mais antes de reiniciar em um novo trabalho. E eu dizia, as oportunidades são como encontrar uma pedra preciosa, para ser perfeita ela precisa de trabalho e dedicação. Mesmo que você gaste tempo e energia, faça uma lapidação na pedra bruta e você terá uma joia. Nós somos uma pedra bruta em transformação, acredite nisso. Em todas as organizações sempre foi assim, aprendi e ensinei, deixei um legado de aprendizado, e carreguei comigo uma gratidão pela oportunidade de ter estado lá. Gratitude é isso, é saber valorizar o que recebe, e não se perder em sentimentos negativos.
Quando deixei o último trabalho em meio a pandemia, foi sem dúvida um choque, especialmente porque quando nos dedicamos de corpo e alma ao que fazemos, o momento da partida é sempre difícil, mas também é necessário olhar para frente e entender que nasce uma oportunidade para o novo.
Após a saída, o primeiro passo que um executivo busca, é uma consultoria, e aí começam as dúvidas. Como realizar esse processo? Em conversas com meu irmão, ele me sugeriu um consultor, me disse que ele era excelente, e me enviou o contato dele. Eu o contactei, e logo em seguida ele me ligou. O que me chamou a atenção naquele momento, foi que ele não me ofereceu o serviço de consultoria no primeiro momento. Ele gastou pelo menos 15 minutos de conversa para me dizer o que eu deveria pensar e fazer na primeira etapa, ou seja, economizar dinheiro, ler bons livros, estudar, buscar aperfeiçoamento profissional, e especialmente não acreditar em todas as teorias que pregam sobre carreiras. Depois de contratá-lo passei a ter não um consultor ao meu lado, mas um mestre, que com sabedoria conseguia direcionar os objetivos, trabalhos, e especialmente manter contatos para saber o andamento de cada processo. Eu até brincava com minha família dizendo que ele parecia meu chefe. Esses são os profissionais que necessitamos aqueles que dedicam ao que se propõe a fazer. Foi nesse trabalho que encontrei um grupo de executivos excepcional, em nossos encontros semanais havia uma troca de experiência que sempre me surpreendia. Ele continua me cobrando, e me ajudando a não me acomodar, como ele diz o aperfeiçoamento profissional só acaba quando você morrer. Esse profissional se chama Gutemberg, e eu sou muito grato por seu trabalho, e de sua equipe Gutemberg Consultores, pelo empenho e sabedoria para tratar os profissionais que atravessam um momento de transição de carreira, e que necessitam continuar motivados, e especialmente serem cobrados sem se sentirem agredidos.
Eu e o Gutemberg continuamos nos falando sobre o meu novo trabalho, sempre me pergunta sobre o dia a dia, e especialmente continua me inspirando e me motivando.
Escolhi o tema gratidão para falar hoje, com o objetivo de mostrar que não importa de onde você veio, mas sim, como você conduz sua vida e sua carreira. Daquela pequena escola ao lado de uma estrada empoeirada, onde tudo era rústico e pobre, existia alguém com o perfil profissional capaz de iniciar e motivar as pessoas ao novo. Gostaria de mencionar todos os grandes profissionais que convivi, mas isso não é possível. Alguns já mencionei em outros artigos, e outros quero mencionar em artigos futuros, para que eles saibam da minha eterna gratidão e felicidade por ter encontrado pessoas capazes e sábias em minha jornada.
Gratitude, não é algo para ser do momento, mas uma palavra para ficar gravada na história de sua vida, e servir de inspiração aos que cruzarem seu caminho.
Da primeira professora, ao mais alto executivo que tive a oportunidade de encontrar e aprender, cada um deles tiveram um significado enorme em minha trajetória, e sei que outros estarão comigo nos próximos períodos para que eu possa contar no futuro.
Pense nisso, seja grato, isso pode lhe fazer você e os outros mais felizes.