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A difícil arte de escolher o melhor destino profissional

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Gutemberg B. de Macedo

Uma história de 40 anos de atuação no mercado, que se solidificou em uma empresa nacional, com filosofia e estratégias globalizadas.

“O destino não é uma questão de sorte, mas uma questão de escolha; não é uma coisa que se espera, mas que se busca”.

William Bryan, 1860-1925 – advogado e político norte-americano

Durante muitos anos tenho me dedicado com afinco ao estudo da carreira de profissionais brasileiros e de outros países, considerados “establishment icons”. Ao analisá-los, parte de seu nível de conhecimento, da notoriedade e respeito público que usufruem, das qualificações que os destacam perante os demais, dos relacionamentos que cultivam em diferentes esferas da sociedade, do impacto que exercem sobre a vida de milhares de pessoas e, sobretudo, do legado deixado, após ininterruptos e profícuos, anos de trabalho. São eles executivos, empresários, estadistas, líderes políticos e religiosos, cientistas, escritores, militares, filantropos, arquitetos, etc.

Ao estudar carreiras de inegável sucesso, vejo-me sempre diante das mesmas perguntas: como eles escolheram a profissão e o primeiro emprego, que métodos e estratégicas “inusitadas” utilizaram ao empreendê-la, como definiram seu propósito de vida, de que recursos financeiros dispunham, que dificuldades – maiores ou menores – enfrentaram, como identificaram seus pontos fortes e vulnerabilidades, que valores abraçaram ao longo do caminho, entre outras questões também relevantes.

Confesso, para minha própria decepção e a despeito da mistificação que comumente acompanha a carreira desses profissionais, que jamais identifiquei uma única fórmula – dinâmica, poderosa ou infalível – que pudesse explicar o sucesso por eles alcançado e que, uma vez repetida, pudesse servir de modelo. Na verdade, constatamos que nenhum deles, jamais cedeu à idolatria – falso culto –, a fórmula mágicas predeterminas, a modismos tão em voga nos dias atuais que, seguidos disciplinada e religiosamente, pudessem produzir sucesso: poder, fama, dinheiro e reconhecimento.

Eles, diferentemente da maioria dos profissionais, estavam preocupados com questões mais profundas: a fidelidade si mesmos, a preservação da própria identidade, o comprometimento com as responsabilidades assumidas. Eles não se limitaram a seguir cartilhas e manuais de autoajuda, a observar normas e regulamentos. Foram muito além. Descobriram que mais importante era definir um propósito de vida e carreira e aprender a transformar o próprio potencial em conhecimento, em habilidades pessoais, em produtividade eficaz. Descobriram também que era fundamental amar o que faziam, valorizar, uma a uma, todas as oportunidades e perseguir a excelência em cada atividade empreendida.

Essas questões são extremamente importantes para a escolha da carreira profissional; elas estão numa dimensão infinitamente superior aos fatores habitualmente considerados como prioritários: dinheiro, poder, crescimento rápido a posição hierárquicas relevantes, bônus, reconhecimento, etc. É impossível obter sucesso profissional quando não sabemos quem somos, o que queremos da vida – “missão” –, que valores sustentam as nossas palavras, atitudes, ações e decisões, que paixões agitam os nossos corações e que legados e exemplos desejamos deixar às gerações futuras.

Ninguém é capaz de tomar decisões difíceis, de sustentar posições impopulares e manter-se fiel a suas crenças se não souber quem é e se sentir bem como é com os próprios defeitos e virtudes. A autenticidade é um atributo, entre outros, que torna os indivíduos distintos, confiáveis e fortes. É bom prestar atenção no que diz Jack Welch: “quando se trabalha para atender às necessidades ou realizar os sonhos de outra pessoa sempre se acaba sofrendo as consequências”.

Escolher a carreira profissional ideal e compatível com os sonhos mais legítimos é, certamente, uma das escolhas mais difíceis e importantes da vida. Por isso, é preciso, em primeiro lugar, olhar para dentro de si mesmo e, só depois, para o exterior. Muitos profissionais se perdem ao longo do caminho, simplesmente, porque se esquecem desse princípio. Para eles, erros e falhas são sempre fatores alheios a sua vontade. Como vítimas, só lhes resta engrossar o coro dos que lamentam: “A carreira profissional foi extremamente injusta comigo. Não tive sorte”. A verdadeira sorte, porém, não é fruto do acaso, mas de muito trabalho. A sorte sempre ajuda a quem muito trabalha.

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