“Only those who dare to fail greatly can ever achieve greatly”.

Robert F. Kennedy, 1925-1968

Procurador Geral dos Estados Unidos

“Success is not built on success. It´s build on failure. It´s  buildt on frustration. Sometimes built on catastrophe”.

Sumner Murray Redstone, 1923-2020

Empresário norte-americano e magnata da mídia.

O medo do fracasso é endêmico na sociedade moderna. Somos advertidos insistentemente: “The Winner Takes ALL”. Não obstante, o fracasso é crucial para o nosso próprio crescimento pessoal e profissional.

Desde os nossos primeiros passos somos alertado por nossos pais sobre o perigo do primeiro tombo: “Cuidado para não cair. Você vai se machucar”. 

Poucos anos depois, somos enviados à escola e desde os primeiros instantes somos incentivados a sermos os melhores em tudo o que empreendemos: no comportamento, nos esportes, nas salas de aula, nas discussões, nos relacionamentos, nos exames e, especialmente nas notas. Obter uma nota “B” já é considerado por muitos pais um redondo fracasso. Voltar para casa com uma nota “C” na caderneta de anotações, nem pensar. É um atestado inquestionável do mais completo fracasso.  Nesse momento, muitos pais enchem a cabeça e mente de seus filhos de pensamentos tóxicos como “Você é preguiçoso”, “Você não quer nada com a vida”, “Eu não sei o que fazer com você”, “Eu vou tirar da escola privada e lhe colocar numa escola pública”…

Quando concluímos nossa formação superior e ingressamos numa organização, logo somos dominados pelo medo do fracasso na defesa de uma ideia inovadora, na condução de um projeto, de um negócio  ou mesmo de uma organização.  Temos medo de falar em público e de questionar o superior imediato mesmo sabendo do erro que ele esta prestes a cometer. Falhar torna-se sinônimo de fracasso e de incompetência.

Esse medo endêmico paralisa as nossas mentes, bloqueia as nossas ações, corroí os nossos planos, faz calar a nossa voz e sufoca todos os nossos planos, assim como uma cobra gigante, anaconda, sufoca a sua presa para depois engoli-la completamente.

Caro leitor, o fracasso é como qualquer outro evento da vida. Portanto, não permita que ele, mesmo que temporariamente, consuma sua mente e coração. O fracasso mostra que temos algo a aprender, a desenvolver ou simplesmente mudar o curso de nossa vida e carreira.

Ao estudar a vida de Barack Hussein Obama, ex-presidente dos Estados Unidos da América do Norte, e me aventurar a escrever sobre suas “Lições de liderança para os novos tempos”, descobri que a despeito de todas as desventuras pelas quais ele passou ao longo de sua vida e vitoriosa carreira politica, ele nunca acreditou na sorte ou permitiu que o medo do fracasso o dominasse e roubasse o seu brilhante futuro. Muito pelo contrário, ele sempre foi movido pela certeza do sucesso, da construção positiva, da automotivação, do preparo sobre os mais diversos assuntos e da esperança plenamente realizável. Ele teve consciência de seu tempo e do seu momento.

Destaco que um dos maiores medos de Barack Obama era cometer uma gafe: “palavra usada pela imprensa para descrever qualquer frase infeliz que demonstrasse ignorância, descuido, confusão mental, insensibilidade, rancor, grosseria e hipocrisia”.  

Leiamos duas de suas afirmativas que revelam de maneira extraordinária a sua coragem, destemor e consciência de que os fracassos são as pedras sobre as quais os homens e mulheres pisam a fim de conquistarem sucesso, brilho e vitória em seus empreendimentos:

• “A verdade é que nunca acreditei muito no destino. Minha maior preocupação é que essa crença incentive a resignação dos pobres e a complacência nos poderosos. Suspeito que o plano de Deus, qualquer que ele seja, se desdobra numa escala ampla demais para levar em conta nossas atribulações como meros seres mortais, que, numa vida individual, os acidentes e o acaso determinam muito mais do que estamos dispostos a admitir, e que o melhor que podemos fazer é tentar nos alinhar com aquilo que consideramos justo e extrair algum significado de nossa confusão, jogando a cada momento, de forma digna e corajosa, com as cartas que nos foram dadas”. (The Promise Land, pag. 78).
• Falando a seus principais assessores disse: “Não há nenhuma garantia de que a gente possa chegar – na Casa Branca. Mas de uma coisa tenho certeza. Sei que no dia em que levantar minha mão direita e fizer o juramento para ser presidente dos Estados Unidos, o mundo vai começar a olhar o país de outra MANEIRA. Sei que a garotada por toda parte, meninos negros, meninos latinos, meninos que estão à margem, vai se ver de outra forma também, com os horizontes se abrindo, as possibilidades se expandindo. E isso, por si só… isso por si só valera a pena”. (Obra citada, pág. 91).

Caro leitor, uma série de lições valiosas sobre liderança – Coragem para enfrentar as inúmeras dificuldades no caminho da vida e na jornada profissional – podem ser extraídas e aplicadas ao nosso dia-a-dia. Gosto muito das palavras do Marine David Goggins, “A primeira pessoa que deve socorrê-lo quando você fracassa é você mesmo. Você tem de ser o seu melhor avogado, a pessoa para levantá-lo quando sente que tudo deu errado”. (Can´t Hurt Me – New York Times Bestseller, 2020).

• Não se atemorize quando o mundo ao seu redor diz para você que não adianta seguir a viagem porque todas as estradas estão bloqueadas. Não acredite. Continue andando e sempre encontrará uma nova alternativa para chegar ao seu destino. Barack Obama ouviu milhares de vezes de membros da comunidade afro-americana que ele jamais chegaria à Casa Branca porque era um negro: “As posturas dos negros com respeito à minha candidatura eram complexa – motivadas em grande medida pelo medo. Na experiência dos negros, nada lhes dizia ser possível que um dos seus obtivesse a indicação de um dos partidos para algum cargo de grande relevo, muito menos para a presidência dos Estados Unidos. Na mente de muitos, o que Michelle e eu já havíamos conquistado era quase um milagre. Aspirar a algo mais parecia uma idiotice, voar perto demais do sol”. (Obra citada, pág. 131).
• Quando você for confrontado com uma ferrenha objeção aos seus projetos pessoais, não se intimide. Avalie a situação em profundidade e encare-a como uma oportunidade para você fazer algo diferente e melhor, se destacar e brilhar.

Barack Obama lutou tenazmente para ter os seus grandes projetos aprovados pelo Congresso Nacional Norte Americano – da recuperação da catástrofe econômica que assolava o país a um Plano Universal de Saúde – quando muitos diziam que ele fracassaria em seu intento.

• Não dê atenção àqueles que dizem que você nunca será o que ambiciona ser em razão de sua etnia, cor, religião, preferência sexual, berço familiar e nível de escolaridade etc. Se você se preparar de verdade e, com determinação, disciplina e foco inquestionáveis, você superará todas as dificuldades por maiores que elas sejam. E, se fracassar terá aprendido uma nova maneira de não fazer as coisas.

Barack H. Obama ultrapassou todos os problemas de sua vida porque ousou se preparar: “Durante todo esse tempo eu estava aprendendo muito e muito rápido. Passava horas debruçado sobre o amplo material preparado pelos assessores, absorvendo os estudos mais recentes sobre a educação nos primeiros anos da infância, novos desenvolvimentos no campo da tecnologia de baterias elétricas, que tornariam a energia limpa mais acessível, e como a China manipulava a sua moeda a fim de promoveras suas exportações”. (Obra citada, pág. 100).

Caro leitor, todos nós estamos sujeitos a fracassar em alguma coisa. O importante é erguer a cabeça, olhar para frente e seguir viagem. Como dizia madre Tereza de Calcutá, “Se você não deseja ver a sombra, olhe para o sol”.  

Você está preparado para guerrear contra todos aqueles pensamentos e ações que podem derrubá-lo? Se não, estude continuadamente, prepare-se de todas as maneiras – física, mental-intelectual, psicoemocional e espiritual. Vença todos os seus medos e remova todos os obstáculos. 

Concluo este artigo com as sabias palavras de Winston Churchill, 1874-1965, ex-Primeiro Ministro do Reino Unido durante a Segunda Grande Guerra Mundial: “Success is not final, failure is not fatal: it is the courage to continue that counts”.

Ao concluir este artigo, sugiro que o leitor adquira e leia os seguintes livros em complementação à leitura do livro “The Promised Land”.

• The Souls of Black Folk” de William Edward Burghardt.
• “Can´t Hurt Me – Master Your Mind and Defy The Odds” de David Goggins.