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Lições de Barack Obama para os novos tempos I

Gutemberg B. de Macedo

Gutemberg B. de Macedo

Uma história de 40 anos de atuação no mercado, que se solidificou em uma empresa nacional, com filosofia e estratégias globalizadas.

“Esperança não é otimismo cego. Não significa ignorar a enormidade da tarefa que temos pela frente ou os obstáculos no caminho. Nem, tampouco, cruzar os braços enquanto a caravana passa, ou fugir da luta. Esperança é aquilo dentro de nós que, apesar das indicações ao contrario, insiste em que algo melhor nos espera se tivermos coragem de buscar, trabalhar e lutar”.

Barack Hussein Obama, 1961 –

Advogado, escritor, estadista e ex-presidente dos EUA, 2009-2018

“We Are The Change We Work”

Este artigo é o primeiro de uma serie de outros que desejo escrever sobre as valiosas lições sobre liderança que aprendi com a leitura e reflexão dos vários livros escritos por Barack H. Obama: “We Are the Change We Work”. “The Audacity of Hope: Thoughts on Reclaiming the American Dream”; “Dream from My Father: A Story of Race and Inheritance”; “The Promise Land”, entre  outros.

Esses artigos deverão ser curtos, objetivos e inspiradores. Neles, relatarei episódios marcantes de sua vida e carreira politica como líder da maior e mais poderosa nação do mundo. Poder-se-ia dizer que ele era um dos “eleitos” de Deus para o exercício do poder em momento extremamente tempestuoso da historia norte-americana.  Por eleito, entenda-se “vocacionado”, “chamado”, “comissionado”.

Barack Obama é um homem com cultura invejável e diferenciada entre os muitos políticos da América do Norte. Desde a sua infância foi obrigado por sua mãe e avó a ocupar o seu tempo com leitura: “Encontrei meu refugio nos livros. O hábito da leitura se deu por obra de minha mãe, instilando desde cedo na infância – era o recurso que ela usava invariavelmente a cada vez que eu reclamava de tédio, ou quando estava sem dinheiro… Vai ler um livro dizia ela. Depois volte aqui e me conte o que aprendeu de novo. Por alguma razão, comecei a tirar da caixa de títulos que me chamavam a atenção ou soavam vagamente conhecidos – livros de Ralph Ellison e Langston Hughes, de Robert Penn Warren e Dostoiévski, de D.H. Lawrence e Ralph Waldo Emerson”, entre outras matérias.

Orador singular e persuasivo amava estar com as pessoas e ouvi-las sobre as suas necessidades desde a juventude. Interessado na construção de uma nação forte e poderosa – a realização do sonho americano – e que aprendera muito cedo a enfrentar as dificuldades e os preconceitos sem se deixar abater ou encurtar caminho.  Líder de caráter conciliador e que acreditava na força e magia da diplomacia. Além disso, um homem com sólidos valores, como aprendemos com suas próprias palavras: “Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais os enfrentamos podem ser novos. Mas os valores dos quais nosso êxito depende – honestidade e trabalho duro, coragem e senso de justiça, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo – são antigos. E são verdadeiros. Têm sido a força silenciosa do progresso ao longo de nossa história”.

Nos dias que antecederam a sua posse como presidente dos Estados Unidos, Barack H. Obama chegou a seguinte conclusão: “Você nunca está totalmente preparado. Não adianta se iludir: por mais que a pessoa tenha lido, por mais instruções que tenha recebido, por maior que seja o número de veteranos de governos anteriores que tenha recrutado, ninguém nunca está plenamente preparado para as primeiras semanas na Casa Branca. Tudo é novo, desconhecido, cheio de significado”.

Que lições mais valiosas podemos aprender com esse comentário de Barack H. Obama?

Primeira – Não importa a posição que aspiremos conquistar, quer seja no setor público ou privado, nós nunca estamos totalmente preparados para exercê-la com domínio, eficácia, produtividade e excelência. 

Barack H. Hussein antes de assumir a presidência dos Estados Unidos estudou em profundidade a vida dos mais importantes presidentes da história norte-americana de George Washington a George Bush (Filho), atento aos seus gafes, erros e acertos.  Por acaso, existe uma maneira melhor de aprender, do que com os erros e acertos alheios?  

Segunda – O conhecimento que adquirimos no passado não é suficiente para nos guiar nos dias atuais e futuros. É preciso continuar estudando, lendo, pesquisando e discutindo sobre as questões mais relevantes que afligem a sociedade moderna – o racismo ignorante e vil; a morte lenta do nosso planeta – a contaminação dos rios e lagos, a poluição dos mares, o desmatamento de nossas florestas; a poluição de nossas grandes cidades; a concentração de renda nas mãos de alguns poucos e o aumento da pobreza e da desigualdade social; o favelamento de nossas grandes cidades; a inquietação de nossos empregados; a revolução tecnológica o empobrecimento de nosso sistema educacional que favorece a mediocridade, entre inúmeros outros problemas.

O executivo de primeira linha não pode liderar com competência e sabedoria se permanece indiferente e alheio aos complexos problemas de sua cidade, estado ou país.  Ele precisa ter consciência de que o conhecimento é fundamental para sua gestão.

A média de leitura anual de um presidente dos EUA é de 70 livros, exceto Donald Trump.

Terceira – Atraia os melhores subordinados. Se possível, profissionais melhores do que você mesmo. Essa opção tornará sua gestão inquestionável em todos os sentidos – visão estratégica, comprometimento, alinhamento, desempenho, resultados, inteligência emocional, etc.

Nunca contrate subordinados/assessores apenas pelo curriculum que dizem ter e que somente falam aquilo que você deseja ouvir. Esse é o passaporte para o seu insucesso profissional.

Altos executivos também mentem em seu currículo. Contrate pela empatia que exibem, soft skills que desenvolveram – comunicação, liderança, visão estratégica, compreensão sobre as tendências do mundo moderno,  como elas afetam os negócios e o seu comprometimento com o estudo continuado.

Tenha muito cuidado com o profissional de um livro só. Ele é extremamente perigoso para sua organização, pois em período curtíssimo transformará sua organização numa associação de colaboradores medíocres, onde prevalece apenas a força do gogo e não da mente curiosa.    

Ronald Reagan foi considerado pelo âncora da CBN norte-americana, Walter Cronkite, como o melhor presidente da história norte-americana, em entrevista à Larry King, CNN, porque segundo ele, Reagan soube escolher as melhores cabeças dos Estados Unidos para assessorá-lo enquanto presidente.   

Liderar é identificar e realçar o talento humano. Obama fez isso como poucos executivos.

4 THOUGHTS ON “LIÇÕES DE LIDERANÇA DE BARACK OBAMA PARA OS NOVOS TEMPOS”

  1. Felipe Pagiola

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