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Executivos carismáticos: até onde a simpatia influencia na escolha?

Gutemberg B. de Macedo

Gutemberg B. de Macedo

Uma história de 40 anos de atuação no mercado, que se solidificou em uma empresa nacional, com filosofia e estratégias globalizadas.

O mercado de trabalho torna-se a cada dia mais exigente e competitivo, onde muitos são chamados, mas poucos são escolhidos. Essa realidade, descrita como “a guerra por talento”, agrava-se ainda mais com a introdução de novos processos, novas práticas gerenciais e, especialmente, com o surgimento de novas tecnologias, como a robotização e a inteligência artificial.

Recentemente, li uma matéria no jornal Valor Econômico, publicada em 6 de fevereiro de 2025, sob o título: “Profissionais que mais usam IA temem perder o emprego para ela”. Se esses profissionais já estão temerosos em relação ao futuro de suas carreiras, o que dizer dos analfabetos tecnológicos?

Ao longo de minha carreira como consultor, que já soma 50 anos, repito com frequência para os meus aconselhados as seguintes orientações:

  • Seja competitivo;
  • Torne-se um profissional com as características certas;
  • Seja visto em sua empresa e no mercado pelos motivos corretos;
  • Busque o que é significativo, não apenas o que é conveniente para você;
  • Nunca pare de estudar, pois, no dia em que parar, tornar-se-á obsoleto.

As empresas comumente descrevem o perfil dos profissionais que desejam recrutar: sólida formação acadêmica, comunicação clara e objetiva, liderança inspiradora, inteligência emocional, capacidade para trabalhar em equipe e assumir riscos responsáveis, mente aberta, resiliência para suportar pressão e capacidade de produzir resultados. As exigências são quase infinitas, e novas demandas surgem constantemente.

Todas essas competências são importantes, mas, se desprovidas de personalidade agradável, simpatia e carisma, perdem grande parte do seu valor. Afinal, ninguém gosta de trabalhar com pessoas grosseiras, mal-educadas e antipáticas. A era dos “senhores de escravos” já passou há muito tempo.

Com base em minha experiência, aprendi que o carisma e a simpatia exercem um papel fundamental na contratação e na promoção de um profissional a novas posições.

David F. D’Alessandro, ex-CEO da John Hancock Financial Services, escreveu:

“No meu primeiro dia na John Hancock, meu chefe me chamou até a sua sala e disse-me: Avaliei muitos candidatos para o seu cargo. E, embora você tenha sido escolhido por ser o mais qualificado, vou lhe dizer uma coisa: minha secretária me disse que, de todos os candidatos que entraram aqui, você era o mais agradável.”

Caro leitor, não pense que seu comportamento diante de pessoas que considera irrelevantes — um segurança, uma recepcionista, uma secretária, uma garçonete, um manobrista ou qualquer outra pessoa — não importa. A maneira como você trata essas pessoas pode ser vista como um reflexo de sua capacidade de liderar pessoas e negócios.

Lembro-me de que assessorei um gestor da área comercial de uma importante empresa norte-americana que, ao se apresentar para uma entrevista, foi grosseiro com a recepcionista. Por esse comportamento, foi eliminado do processo seletivo pela diretora de RH.

Na escolha de um executivo, o que pesa mais: a competência técnica ou a simpatia pessoal? Essa é uma questão que há tempos intriga especialistas em gestão e líderes empresariais. A simpatia pode abrir portas, mas será suficiente para sustentar uma posição de liderança?

O carisma exerce um efeito poderoso na percepção das pessoas. Como disse Dale Carnegie:

“O sucesso de um indivíduo está 15% relacionado ao conhecimento técnico e 85% à sua habilidade de se comunicar, liderar e inspirar os outros.”

Um executivo carismático tende a gerar mais engajamento, conquistar a confiança da equipe e influenciar decisões estratégicas com maior facilidade.

No entanto, carisma sem substância pode ser uma armadilha. Jim Collins, autor de Empresas Feitas para Vencer, destaca:

“Líderes carismáticos demais podem criar uma cultura de dependência e reduzir a capacidade da organização de se desenvolver de forma autônoma.”

Em outras palavras, uma liderança baseada apenas no magnetismo pessoal pode ser um risco a longo prazo.

🔹 Popularidade não é sinônimo de competência: Executivos devem ser tomadores de decisão, muitas vezes impopulares. Um líder que busca agradar a todos pode evitar decisões difíceis em prol da aceitação.

🔹 Superficialidade na avaliação: Empresas podem ser influenciadas pela presença cativante de um candidato e negligenciar fatores essenciais, como experiência, resiliência e visão estratégica.

🔹 Excesso de dependência do líder: Equipes podem se acomodar ao estilo carismático do gestor e perder autonomia, prejudicando a cultura organizacional no longo prazo.

O ideal é que a simpatia seja um diferencial, mas nunca o fator determinante na escolha de um executivo. Peter Drucker enfatizava:

“Gestão eficaz não é sobre ser querido, mas sobre produzir resultados.”

Um líder excepcional deve ser inspirador, mas também firme, técnico e estrategista.

✅ Ele consegue inspirar e, ao mesmo tempo, tomar decisões difíceis?

✅ Seu carisma está alinhado a uma visão estratégica realista?

✅ Ele equilibra bem a simpatia com a autoridade necessária para liderar?

O carisma pode ser um grande trunfo, mas a verdadeira liderança se prova no impacto que deixa e nos resultados que entrega. Como bem disse Warren Buffett:

“Honestidade é um presente muito caro para ser esperado de pessoas baratas.”

🚀 E você, acredita que a simpatia deve ser um fator decisivo na escolha de um executivo? Compartilhe sua opinião nos comentários!

Redigido e postado por Gutemberg B. de Macedo, Presidente da Gutemberg Consultores.

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