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Evite ser um agressor corporativo

Gutemberg B. de Macedo

Gutemberg B. de Macedo

Uma história de 40 anos de atuação no mercado, que se solidificou em uma empresa nacional, com filosofia e estratégias globalizadas.

Na década de oitenta, servi a uma grande empresa global, cujo presidente era temido por todos na organização. Seus colaboradores diziam que, quando ele viajava à Matriz e telefonava para seus diretores, as paredes do escritório em São Paulo tremiam.

Felizmente, essa geração de presidentes está pouco a pouco, sendo varrida do mapa corporativo. Eles não têm mais espaço e nem vez.

Apesar dessa mudança radical, muitos colaboradores sofreram com abuso de poder e à força de seus pseudos líderes.

Ao analisar o comportamento humano atualmente, observei que há dois caminhos para se exercer a liderança sobre as pessoas:

  1. Forçá-los a agir contra seus interesses pessoais — manipulando-os pela imposição e pelo medo.
  2. Liderá-las por meio da inspiração, do exemplo e do convencimento.

No primeiro caso, o assédio moral é uma realidade inequívoca. Esse comportamento conduz ao mais completo desapontamento e frustração, como evidenciado em declarações como: “Não aguento mais essa estupidez e grosserias. Vou jogar a toalha no chão e solicitar minha demissão.”

O segundo modelo de liderança, por sua vez, baseia-se na sabedoria, na experiência e no respeito à individualidade das pessoas. Líderes de competição entendem isso e agem de maneira alinhada a esses princípios.

Já líderes inseguros, autoritários e fracos tentam proteger suas posições e preservar suas preferências de maneira que lhes permitam alcançar grandeza as custas de seus colaboradores. Para esses líderes fracos, “manter o poder” , como escreveu Don Schmincke, presidente da Methods International, em The Code of the Executive (1997), “em relação aos colaboradores é mais importante do que prepara-los poderosos.

A liderança é um privilégio, não uma arma. Em tempos de constante transformação no mundo corporativo, a forma como conduzimos nossas equipes pode determinar não apenas os resultados do negócio, mas também o impacto que deixamos nas pessoas. Você já refletiu sobre a maneira como exercer sua autoridade?

Como disse Voltaire, filósofo Francês – “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.”

O verdadeiro líder constrói pontes, não muros. No entanto, muitos, ao alcançarem cargas de destaque, esquecem que liderar não é importante, mas inspiram. Um ambiente corporativo opressor corrói a cultura organizacional, mina o engajamento dos colaboradores e cria uma atmosfera de medo — o oposto do que qualquer empresa bem sucedida deseja.

Se você deseja ser um líder respeitado e não temido, reflita sobre suas atitudes. Eis alguns comportamentos que caracterizam um opressor no ambiente corporativo:

  • Autoritarismo disfarçado de liderança – Se sua palavra é sempre a última, há um problema.
  • Desprezo pelo bem-estar dos colaboradores – Pessoas não são robôs; resultados provenientes do engajamento genuíno.
  • Falta de escuta ativa – Ignorar sugestões ou não permitir que questionamentos sufoquem a inovação.
  • Microgerenciamento extremo – Controlar cada detalhe reduz a autonomia da equipe e aumenta talentos.
  • Ausência de empatia – Um líder deve compreender que cada colaborador tem desafios e limitações.

“Um líder é melhor quando as pessoas mal sabem que ele existe. Quando seu trabalho está feito, elas dizem: ‘Fizemos isso nós mesmos’.” – Lao Tsé

O sucesso de uma organização não se mede apenas pelos números, mas pelo respeito e compromisso que seus líderes cultivam. O que faz um verdadeiro líder?

  • Crie um ambiente seguro para a equipe – Onde há respeito, há inovação.
  • Desenvolver pessoas, não apenas metas – Uma empresa cresce quando seus colaboradores evoluem.
  • Inspira, em vez de intimidar – O medo gera obediência momentânea, mas nunca lealdade.
  • Escuta mais do que fala – Um bom líder sabe que o aprendizado vem de todas as maneiras.
  • Reconhece o valor do tempo – O sucesso nunca é fruto de uma única pessoa.

Uma posição de liderança não é um pedestal, mas um campo de serviço. O verdadeiro poder de um líder não está na sua capacidade de exigência, mas na habilidade de transformar vidas e carreiras.

Caro leitor, sua equipe o vê como um guia ou como um obstáculo? Seu impacto é motivador ou esmagador? No final das contas, o tipo de líder que escolhemos será determinado o tipo de legado que deixamos.

O que você está construindo no ambiente corporativo: uma cultura de crescimento ou um império do medo?

Redigido e Postado por Gutemberg B de Macedo, Presidente da Gutemberg Consultores

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