A humildade é uma das virtudes mais valiosas e apreciadas da natureza humana. Nos ensinamentos do Cristianismo, lemos: “Quem se humilha será exaltado, e quem se exalta será humilhado.” Cristo, em seu mais fascinante discurso, disse à multidão: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.”
A palavra humildade, no hebraico, significa “curvar-se”. Refere-se à capacidade de diminuir o tamanho do ego, aceitar as dificuldades, conter a raiva e tomar decisões razoáveis em tempos de crise. Em grego, a palavra humildade tem origem em humus, que significa terra, dando origem às palavras “homem” e “humanoide.” Ter humildade é assumir que algo merece ser mudado, que algo não está como almejávamos. É entender que a forma como agimos pode ser melhorada sem culpa.
A humildade pode ainda ser definida como a qualidade de quem age com simplicidade e assume suas responsabilidades sem arrogância, prepotência ou soberba. Para a pessoa verdadeiramente humilde, o valor não está no berço onde nasceu, na sua formação acadêmica, na posição social que ocupa, no carro que dirige ou mesmo na fortuna que acumulou. Ele deve saber que seu futuro será o mesmo de toda criatura humana: tornar-se-á pó e nada levará para a eternidade. Ele nunca se sente superior a ninguém. Pelo contrário, acredita que todos os seres humanos são iguais e merecem respeito e consideração, independentemente do nível social.
A humildade é de extrema importância na condução de uma carreira profissional bem-sucedida, pois nos coloca em nosso devido lugar e nos faz reconhecer nossas vulnerabilidades. Nesta semana, fui informado sobre a demissão de um executivo por ser arrogante e desprovido de humildade. Ele, e apenas ele, se considerava bom. Infelizmente, a soberba, a arrogância e a falta de humildade de muitos profissionais têm contribuído para a ruína de suas carreiras. Aqui, vale o conselho: “Seja grandioso no comportamento visando a superioridade.”
É muito comum atribuirmos aos ricos – aqueles que construíram fortunas impressionantes – a pecha de arrogantes e desprovidos de humildade. Nada mais distante da verdade. Não foi a riqueza que os tornou arrogantes e intratáveis. Estes são vícios de quem não se conhece a si mesmo e muda de disposição conforme avança na sociedade. Para galgar posições, agradam a todos, e depois, ao alcançá-las, passam a maltratar aqueles que antes bajulavam. O melhor e mais atual exemplo desse tipo de pessoa é o atual presidente dos Estados Unidos.
Caro leitor, a humildade é a virtude dos homens sábios, enquanto a arrogância é o vício dos ignorantes. A humildade não é incompatível com a riqueza, mas sua aliada.
Infelizmente, desde cedo ouvimos expressões como: “Só porque tem dinheiro, acha que pode passar por cima de todo mundo”; “O dinheiro é a raiz de todos os males”; “Dinheiro não traz felicidade (e a pobreza traz?)”; “Quanto mais dinheiro se tem, mais problemas se acumulam”; “Os ricos são egoístas e impiedosos, sem compaixão pela miséria alheia.”
Essas expressões, tão comuns na comunicação humana, se não avaliadas com isenção e sabedoria, reforçam a cultura da valorização da pobreza em nosso país. O dinheiro é uma das forças mais poderosas que moldam nossas vidas e a sociedade. Ele influencia nossa educação, carreira, bem-estar social, saúde e até mesmo nossa felicidade.
Reconheço que a relação das pessoas com o dinheiro é frequentemente complexa, ambivalente e, às vezes, problemática. Todavia, associar dinheiro exclusivamente à ganância e avareza é um erro monstruoso. Pessoas humildes, mesmo de berço simples, constroem fortunas.
Ao longo de minha carreira consultiva, conheci inúmeros milionários que eram pessoas simples, humildes e acessíveis. Eis alguns exemplos: Doutor Antonio Ermírio de Moraes (Grupo Votorantim), Olavo Setubal (Grupo Itaú), os irmãos Nelson, Nilson e Nevaldo Rocha (Grupo Guararapes), Samuel Klein (Casas Bahia), Senador José Macedo (Grupo J. Macedo), entre outros.
A trajetória de Carlos Massa, conhecido como Ratinho, exemplifica como a riqueza e a humildade podem coexistir harmoniosamente. Nascido em Águas de Lindóia, São Paulo, e criado no Paraná, Ratinho iniciou sua carreira como repórter policial em 1991, na Rede OM (atual CNT). Com autenticidade e carisma, conquistou espaço na televisão brasileira, chegando a apresentar programas de grande audiência no SBT.
Apesar do sucesso financeiro, Ratinho mantém uma postura acessível e próxima de seus colaboradores. Um exemplo disso é o caso de Josué, funcionário de sua fazenda, que enfrentou uma situação constrangedora ao tentar adquirir um veículo. Ratinho não apenas se solidarizou com Josué, mas também utilizou sua influência para abordar o tema publicamente, demonstrando empatia e apoio.
Além disso, Ratinho valoriza suas raízes e reconhece a importância de sua equipe. Em diversas ocasiões, expressou gratidão por aqueles que o acompanham em sua jornada, reforçando que o sucesso é resultado de um esforço coletivo. Sua humildade transparece em gestos cotidianos e na maneira como conduz suas relações profissionais e pessoais.
A história de Ratinho ilustra que a verdadeira humildade não está em negar ou ocultar a riqueza, mas em reconhecer suas origens, valorizar as pessoas ao redor e utilizar os recursos adquiridos para promover o bem-estar coletivo. Riqueza e humildade, portanto, não são características incompatíveis, mas podem se complementar quando alinhadas a valores sólidos e respeito ao próximo.
Caro leitor, cultive a humildade, pois ela poderá colocá-lo nos lugares mais altos na hierarquia social e corporativa. O contrário também é verdadeiro, a arrogância pode precipitá-lo nas profundezas do fracasso e do anonimato. nunca negue a suas origens por mais simples que tenham sido. Nunca pise na cabeça de seus semelhamnt6es – a roda da sua sorte pode mudar toda curso de sua vida e carreira.
Redigido e Postado por Gutemberg B de Macedo, Presidente da Gutemberg Consultores